quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A última eleição indireta para presidente

Durante o governo militar, iniciado em abril de 1964, os presidentes da República eram escolhidos em eleições indiretas, por meio do Colégio Eleitoral, composto por congressistas e delegados das assembléias legislativas de todo o país. Todos os presidentes que ocuparam o poder nesse período, foram militares do Exército - o último deles foi o general João Batista Figueiredo. Na última dessas eleições diretas, ocorrida em 1985, pela primeira vez, a disputa ocorreu entre dois civis - o deputado federal Paulo Maluf (do PDS), apoiado pelo regime militar) e Tancredo Neves, da oposição, ex-governador de Minas Gerais (1983-84), do PMDB.
A escolha de Maluf, em agosto de 1984, não representou o consenso dentro do partido. Dissidentes criaram a Frente Liberal e apoiaram o candidato da oposição. Um projeto de emenda constitucional com o objetivo de definir a escolha do presidente da República pelo voto direto foi proposta pelo deputado Dante de Oliveira. Ela,no entanto, foi rejeitada na Câmara, com diferença de apenas 22 votos.
Coube novamente ao Colégio Eleitoral definir o escrutínio presidencial, através de seus 686 membros - 356 do PDS e 330 dos partidos de oposição, entre os quais o PMDB, o PDT, o PTB e o PT. Sem óbices quanto ao modo de votação no Colégio Eleitoral - o TSE entendeu que o princípio da fidelidade partidária não era aplicável ao Colégio Eleitoral -, a Frente Liberal uniu-se ao PMDB, PDT e PTB, sendo criada a Aliança Democrática, cujos candidatos a presidente e vice-presidente da República eram Tancredo Neves e José Sarney, respectivamente. A Aliança Democrática contou com 480 votos e venceu o pleito com uma diferença de 300 votos. Com a morte de Tancredo, José Sarney assumiu o cargo e o país voltaria a realizar eleições diretas para presidente da República em 1989, sendo eleito o civil Fernando Collor.