quinta-feira, 6 de setembro de 2012

MP recebe 288 denúncias de compra de votos em todo o RJ

As promotorias eleitorais do Estado do Rio de Janeiro terão uma incumbência extra: investigar 288 denúncias de tentativa de compra de voto de eleitores. O número é referente aos casos que chegaram à Ouvidoria do Ministério Público desde o início da campanha, em julho, até o dia 22 de agosto. Caracterizada como crime eleitoral, a prática é configurada quando o candidato oferece alguma vantagem ao eleitor em troca da garantia do voto.
Os dados são considerados altos pelo órgão e a punição prevista é severa. A pena inclui reclusão de até quatro anos e pagamento de multa. "O candidato que oferece vantagem ainda está sujeito à cassação do registro ou do diploma, caso o Ministério Público ajuíze uma ação de impugnação", explica o subcoordenador do Centro de Apoio às Promotorias Eleitorais, Bruno Gaspar. Entre as situações geralmente mais comuns estão o oferecimento de dinheiro e serviços, por exemplo. Há ainda situações pouco comuns, como um caso, registrado no interior do Estado, de um concorrente que ofereceu um serviço de TV fechada, o popular "gatonet", em troca do voto do eleitor.
Se os dados já chamam atenção até o momento, a previsão nada otimista é de um crescimento ainda maior no volume de denúncias a partir de agora, reta final da campanha. "A cada dia que passa os números aumentam. A gente percebe que, quanto mais se aproxima o pleito, maior é a chegada de denúncias nesse sentido", comenta Gaspar. As irregularidades registradas pela Ouvidoria Eleitoral do Ministério Público vão além da compra de votos. De acordo com levantamento feito pelo órgão em todo o Estado, são comuns neste período outros casos graves, como o de funcionários públicos ou terceirizados sendo obrigados a trabalhar em campanha.